quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Auto avaliação

Diante das dificuldades que superei durante o curso e do esforço que fiz para chegar até aqui, acho que 10 seria uma boa nota.
Mas sei que outros foram melhor, esforçaram-se mais e talvez tivessem as mesmas dificuldades que eu. Assim 5 seria uma nota justa.
Mas agora falando sobre o que aprendi... e como aprendi. Esse curso foi muito mais do que eu esperava, quando resolvi fazê-lo, foi apenas para ter um certificado para escolha de turma e para ver se aprenderia algum CONTEÚDO interessante, mas aprendi muito mais que isso.
Aprendi a conviver, a respeitar, a aceitar. Vi que nem tudo é o que parece e independente de CONTEÚDOS, aprendi um pouquinho mais do que é amar, pois vi nos olhos desses professores que estavam comigo a vontade de ensinar, e eles sem saber plantaram em mim a vontade de ser cada dia melhor. Compartilhar tristezas, dores, raivas e alegrias que vivenciaram em sala durante o período que convivemos foi um prazer imenso, se alguma vez pensei em desistir foi porque a covardia vinha de mansinho querendo tomar minha coragem, mas essa aí é danada e não se deixou abater e foi até o fim.
Agradeço a todos pela convivência, foi uma experiência e tanto.
Ah! E diante de tudo o que foi dito acho que 8 seria uma boa nota por ter deixado a covardia aparecer!

26º encontro- 13/11/2008

Fui "presenteada" com o caderno de registro coletivo, fugi dele o curso inteiro, pois não gosto muito que leiam o que eu escrevo, rsrsrsrs!
Leitura: "In comédias para se ler na escola" De Luís Fernando Veríssimo.
Comentamos sobre a capacidade da criança em superar limites, e nós professores não utilizamos esta capacidade.
Como estamos trabalhando em todas as escolas a Semana da Consciência Negra, surgiram alguns comentários sobre o preconceito dentro de sala de aula onde a maioria dos professores percebe que ainda existe e de forma nada sutil, e vimos que o trabalho ainda deve ser feito sempre e durante todo o ano. Falou-se também a respeito do sistema de cotas para negros e índios, onde a grande maioria demonstrou ser contra porque este é mais um meio de explicitar o preconceito, porque os negros e índios não tem menos ou mais inteligência que os brancos, somos todos iguais, todos mostraram-se a favor de um sistema de cotas para pessoas de baixa renda.
Finalizada a discussão a tutora nos mostrou o livro "Zoom" que também foi visto em dvd, onde cada parte do livro fazia parte de um todo que viria na sequência, o propósito era adivinhar a que pertencia a parte que estava exposta naquela página.
Falamos sobre coesão e coerência dando ênfase a coesão.
Coesão=marcas=ligação
O que é um texto?
Unidade com:
*Contexto
*Organização de idéias
*Estrutura
Texto: "Tecendo a manhã" de João Cabral de Melo Neto, demonstrando a repetição como arte e não como vício.
Apesar de ter passado a vida ouvindo sobre coesão e coerência sempre há aquele algo mais que é preciso ver ou ouvir. E esse algo mais sempre é encontrado por aqui.

23º encontro-02/10/2008

Conteúdo: Mudança lingüística
Frase: "A língua é o primeiro arame farpado da ascenção social". Lucília Garcez.
Leitura do texto: "Emília no país da gramática", discutimos sobre o mesmo, e concluimos que um texto tão antigo tem tudo a ver com os dias atuais.
A tutora nos falou sobre as causas na mudança da língua.
Falou-nos sobre a força centrífuga e centrípeta.
Em algum comentário, no início deste blog falei que não sei se conseguiria continuar minhas aulas sem corrigir os "erros" na fala dos meus alunos, porque sei que eles escrevem exatamente como falam. Durante o curso, falamos muito sobre as mudanças na língua e paralelo a este curso estava fazendo um outro, não como este, mas um de língua portuguesa, para concursos, no início o professor era defensor de tudo o que ouvi, vi e aprendi neste curso, tinha sido aluno de Marcos Bagno, mas os alunos que estavam comigo não gostaram muito dele e pediram na direção do curso que trocassem o professor, pois bem, trocaram e no lugar veio uma professora gramaticalmente correta, que nos passava tudo de acordo com a gramática, me senti uma das pessoas mais ignorantes desse mundo e percebi que por mais que estude será difícil aprender tudo aquilo. Falo sobre isso porque não poderia deixar de demonstrar minha dificuldade e como posso cobrar isso de uma criança que está interessada em brincar, em ser criança? Mas sei que posso entrar nesse mundinho dela e tentar mudar alguma coisa e é isso que tenho percebido ao longo desse curso, além claro de receber presentes como estes que recebo a cada semana e sou muito grata por isso, por ver que não estou sozinha na luta por uma educação de qualidade neste país. E é por ver pessoas como as que estão neste curso que acredito que tudo poderá ser diferente, apesar de ouvir dia-a-dia que não adianta.

20º encontro- 18/09/2008

Ouvimos a música "Como uma onda" de Lulu Santos, a tutora fez a comparação com a mudança da língua.
A seguir foi lido o texto " Retrato de sala de aula" do fascículo 6 que falava sobre o respeito às variações lingüísticas.
Nossa tutora leu-nos um texto que falava sobre a forma fruita que já foi utilizada e que hoje está estigmatizada e que é considerada "errada" por pessoas que a ouvem desta forma. Nos mostrou também a evolução desta palavra de origem latina que era:
Fructa, passou a ser Fruita e hoje falamos simplesmente Fruta. Discutimos sobre o desenvolvimento de outras palavras como VOCÊ, que já teve outras formas e que provavelmente daqui há alguns anos terá outra forma, talvez apenas CE.
Mais uma vez pode-se perceber que o português é regido pelo falante, as pessoas aos poucos vão sintetizando algumas palavras que com o tempo passam a ser a forma "correta" de falar e/ou de escrever, como ESTÁ que poderá ser em algum dia simplesmente TÁ.
Percebemos então que nada está errado, porque o que é considerado certo hoje algum dia já esteve correto ou poderá estar.

19º encontro-11/09/2008

Iniciamos com a leitura compartilhada " O menino que carregava água na peneira"

Fomos separados em pequenos grupos, onde pessoas graduadas em letras deveriam ficar em grupos separados para uma melhor reflexão do trabalho.

Começamos uma discussão a respeito do filme "Desmundo", e a tutora nos trouxe algumas questões:

* De que trata o filme?

* Quais são as informações sobre a história do Brasil presentes no filme?

* Quais as formas lingüistícas utilizadas pelas personagens?

* Qual a relação dessas formas lingüísticas com o português brasileiro de hoje?

Após responder a esses questionamentos, nós discutimos se seria interessante para os alunos conhecerem a história da língua portuguesa, e se este filme poderia ser passado para alunos de 6ª, 7ª e 8ª séries e para alunos do ensino médio.

A maioria achou que seria interessante apenas para alunos a partir da oitava série.

Além da história contada no filme, foi muito bom ver como era o português falado na época, às vezes não temos noção da grande transformação que a língua portuguesa vai sofrendo com o decorrer dos anos.

18º encontro-05/08/2008

Encontro na feira do livro.
Palestra de Lucila Garcês, professora especialista em literatura.
Preciso ser sincera ao contar sobre este encontro.
Para começar cheguei com uma hora de atraso, pois peguei engarrafamento no caminho e depois fui procurar o stand onde estava acontecendo o curso, quando cheguei, lógico, fiquei bem atrás, o som não estava muito bom e não ouvi nada da palestra. Infelizmente este encontro para mim não foi nada proveitoso.

17º encontro- 28/08/2008

Este encontro começou com a apresentação do projeto "mundo literário" da colega Viviane, que disse estar encantada com o avanço de seus alunos no gosto pela leitura e no aperfeiçoamento das produções de texto.
Assim que cheguei a este encontro mostrei a tutora algumas das produções que foram feitas com as tirinhas do Chico Bento e ela pediu que eu compartilhasse com os colegas e adorei ter feito isso, porque estou muito orgulhosa com o desenvolvimento dos meus alunos, nas produções textuais e no interesse por qualquer tipo de atividade artística, como leitura, filmes, exposições, percebi que eles despertaram para algo que não havia despertado ainda.
Nossa tutora fez a leitura do texto "língua" de Gilberto Mendonça Teles.
Assistimos ao filme "Desmundo" de Alain Fresnot. Durante a apresentação do filme nossa tutora nos chamou a atenção a alguns detalhes. Por ser um filme forte que trata a mulher como um objeto usado por homens que as consideram "coisas", alguns cursistas sentiram-se constrangidos, uma de nós até decidiu ir embora e disse que não gostaria mais de ver aquilo, na verdade, senti uma certa angústia ao ver aquelas cenas, mas minha curiosidade para saber o fim era maior que minha angústia.
No filme percebi o quanto nós mulheres evoluimos, porque naquela época, logo após o descobrimento do Brasil, quando aquelas mulheres foram trazidas pra cá, elas foram muito humilhadas, mas a personagem mostrou a força que ela tinha e na verdade é a força que nós temos ainda hoje.
Outra curiosidade é eu que imaginava que as mulheres que vieram para o Brasil naquela época eram mulheres vividas e que tinham apenas a intenção de ganhar dinheiro com os homens que aqui chegavam.E na verdade as mulheres que vieram eram ao contrário virgens e órfãs.
Com certeza não teria tido uma experiência como esta em outro lugar que não fosse neste curso, agradeço a oportunidade.

15º encontro-07/08/2008

Frase do dia: " Os gêneros não são entidades naturais como as borboletas, as pedras, os rios e as estrelas, mas são artefactos culturais construídos historicamente pelo ser humano". Marcushi
Gêneros e tipos textuais
Gêneros textuais são a concretização da nossa linguagem.
Tipos textuais são uma consequência lingüística onde encontra-se aspectos: Descritivos, argumentativos, expositivos, injuntivos e outros.
Assistimos ao filme: "Escrevendo o futuro", onde foram analisados gêneros e tipos textuais.
Logo após vimos outro vídeo:"Despedida de uma vogal", comédia reprisada do programa do Jô Soares.
Finalizamos este encontro com a leitura de um discurso de Graciliano Ramos, nós fizemos uma análise do texto e respondemos oralmente a um questionário.

14º encontro-31/07/2008

Neste encontro iniciamos com a dinâmica do presente, fui surpreendida ao ganhar o presente duas vezes com características que não sabia que tinha, gostei muito.

Apresentação da minissérie "hoje é dia de Maria", claro e infelizmente só algumas partes, porque não daria tempo de vê-la toda, mas deu para nos encantarmos, eu já havia visto a minissérie uma outra vez, mas com a tutora comentando foi muito diferente, nada como uma outra visão.

Comentou-se sobre as cantigas de roda que fazem parte da nossa cultura mas que foram deixadas de lado por conta da TV e da internet.

Como já comentei, gostava muito da minissérie, mas gostei mais ainda agora com os detalhes que haviam passado despercebidos. Apenas acho lamentável não poder passar para os meus alunos tudo o que vi, porque ainda não é adequada para a idade deles e eles não compreenderiam como deveriam. Mas senti o quanto é importante o resgate das cantigas de roda e dos contos, aliás alguns deles como o da Menina dos fósforos, eu já havia lido e discutido em sala mas não com o devido valor que merecia.

13º encontro-24/07/2008

Iniciamos este encontro com a leitura compartilhada do poema: "Aula de português" de Carlos Drummond de Andrade. Houve então uma discussão a respeito do assunto, onde a tutora exemplificopu que nosso país possui 75 por cento de pessoas que tem dificuldade em leitura e escrita.
Fizemos a leitura de uma das histórias em quadrinhos com o Chico Bento, personagem de Maurício de Sousa, o nome da história é: "O orador da turma", onde o Chico atrapalha-se todo ao ter que fazer um discurso para o prefeito da cidade, mas ao final quando ele é espontâneo consegue chamar a atenção do prefeito e sai bastante aplaudido e elogiado por todos.
Após a leitura fizemos a análise do perfil deste personagem: sua família, seus amigos, onde vive, etc.
Falou-se neste encontro sobre gêneros textuais: cartas, jornais, bilhetes. E estes gêneros podem ser orais, escritos, estáveis, históricos.
Fizemos uma avaliação a respeito dos encontros do semestre passado.
Particularmente adoro o Chico Bento, acho fácil de trabalhar em sala, além de atrair com facilidade a atenção das crianças, fiz uma atividade com os alunos utilizando "tirinhas" do Chico Bento, onde depois eles iriam interpretar em uma peça o que entenderam, depois criariam seus próprios textos, estes textos saíram muito bem feitos, tiveram o cuidado em desenhar o Chico exatamente como era, e durante o texto escreviam como falam normalmente, mas durante a fala do Chico eles tiveram o cuidado de escrever como o Chico fala, sem correções, pois já compreenderam que este tipo de fala faz parte da vida dele, por conta da sua vida, de onde vive e com quem convive.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

12º encontro- 26/06/2008

Neste encontro lemos o texto: "analfabetos de céu" onde concluimos que avaliação é uma tarefa complicada.
Houve então a dinâmica dos envelopes com algumas questões, estes envelopes estavam escondidos pela sala e quem encontrasse deveria responder algumas perguntas que estavam dentro dos mesmos. As perguntas eram:
*O que é avaliação?
*Para que serve a avaliação?
*De qual avaliação precisamos?
Dinâmica "teste avaliativo" onde deveríamos colocar figuras geométricas em lugares ditados pela tutora, quando vimos os resultados, cada um tinha feito figuras diferentes com as mesmas instruções, então vimos como uma mesma regra pode ser interpretada de forma diferente por pessoas diferentes.
Leitura do texto: " A escola dos bichos", cada ser tem um dom diferente, ou seja cada aluno é bom em alguma coisa, e devemos adequar as avaliações curriculares às capacidades dos alunos.
Discutindo sobre as diferentes formas de avaliar.
Alguns questionamentos apresentados em gráfico:
* Qual é a realidade da escola em que vivemos?
* O que queremos para a escola?
* Como podemos executar?
Esses questionamentos nos fazem pensar melhor sobre nossas atitudes enquanto educadores, é fácil reclamar de um sistema que realmente encontra-se com falhas, mas o que podemos fazer para transformar a realidade daquilo que vivemos, se ficarmos o tempo todo esperando que alguém mude alguma coisa nada será mudado, percebo que as atitudes tem que partir de cada um de nós, é claro que precisamos ter estímulo pra isso, mas pra mim não existe melhor estímulo do que ao final de cada ano ter sensação de que algo foi mudado e que não pude fazer muita coisa mas fiz tudo e mais alguma coisa além daquilo que era possível.
Não posso deixar de voltar ao encontro anterior onde "Joseph Klimber" superou-se para conseguir aquilo que realmente era importante.

11ºencontro- 20/06/2008

Leitura: "O menestrel" de William Shakespeare, essa leitura fui eu mesma quem levou, em um dia numa reunião, alguém a levou e eu me apaixonei, achei que todos no curso gostariam de ouvi-la também. Falo ouvi-la porque consegui em dvd, acho que todos gostaram.

Também lemos o texto "a função do sujeito" da autora Adriana Falcão.

O conteúdo do encontro foi: "texto, fatores de textualidade.

Houve uma reflexão do texto: contexto, infratexto e intertexto.

Assistimos ao vídeo: "O assalto" da companhia de comédia os melhores do mundo que nos ajudou a responder algumas questões como a de que o bandido da história é quem monitora sua fala e inclusive corrige a fala das demais personagens, que são policiais.

Também assistimos ao vídeo "Joseph klimber" que superou suas dificuldades pessoais para realização pessoal.

Neste encontro percebi que mesmo bons falantes da gramática normativa encontra-se refém em algumas situações. Algumas vezes deixei de expor minhas opiniões por estar entre pessoas consideradas muito cultas e por medo de "errar" preferi calar-me.

Imagino como alguns alunos também sentem-se "travados" quando vão falar em uma sala de aula cheia de alunos considerados os melhores da escola

10º encontro- 12/06/2008

Este encontro começou com a tutora lendo o livro: Mania de explicação da autora Adriana Falcão.
Passamos para a dinâmica palavras soltas, onde a turma foi dividida em dois grupos e deveria formar uma frase com sentido, sem usar outras palavras, apenas as que estavam lá. Um dos grupos conseguiu formar rapidamente a frase, o outro, no qual eu estava não teve êxito com a atividade.
Neste momento percebi como deve ser difícil para alunos das séries iniciais produzir um texto, porque até aí o seu vocabulário é mínimo e ele não sabe como completar as frases, pois percebe que falta algo, mas não sabe do que se trata. Nada como uma atividade onde tenhamos dificuldade, para percebermos a dificuldade do outro.
Houve então a explicação sobre o texto. Sua forma, seu tema e seus obstáculos.
A tutora nos pediu "temperos" para completar as frases e só então a nossa teve algum sentido.

8º encontro- 27/05/2008

Evento: Encontro com Jonas Ribeiro e André Neves, uma parceria da Secretaria de Estado e Educação do Distrito Federal e Arco Íris.
Não compareci a este encontro, o local era totalmente contramão ao local onde o curso é ministrado toda semana, sem contar o grande engarrafamento que encontraríamos pelo caminho, mas sei que teria sido de grande valor didático. Por isso tentei me informar sobre o que havia acontecido no encontro. Uma das cursistas leu o caderno do curso, contando sua versão sobre o encontro, elogiou bastante e nos deixou com água na boca.

7º encontro- 15/05/2008

Frase do dia: "Sonhos, grilos e paixões". Carlos Queiroz Telles.
Neste encontro a leitura compartilhada foi com poemas enlatados, onde a latinha passava e cada um pegava o poema e lia o seu, haviam vários poemas, de Carlos Drumond de Andrade, Cora Coralina, Fernando Pessoa entre outros.
Após a leitura dos poemas assistimos um vídeo sobre o livro didático fazendo análises da linguagem de livros antigos e atuais.
Na linguagem antiga utilizavam a redação apenas como transcrição de um texto, não havia motivação, a oralidade era praticamente descartada.
Na linguagem atual, a produção do texto é motivada de várias maneiras , palestras, debates, entrevistas, seminários e anúncios.
Apresentou-se uma história em quadrinho do Chico Bento, dando exemplo de atividade tradicional onde o preconceito lingüístico é reforçado.
Após este encontro, fiz a mesma atividade em sala de aula, com poemas enlatados, mas com poemas que retratasse mais a realidade dos alunos, poemas de Ruth Rocha foram os mais explorados, a aula foi um sucesso, cada aluno fez sua leitura do poema que pegou na latinha, queriam ler logo, e eles mesmos proporam a reescritura do poema, um outro aluno sugeriu que ao invés de apenas reescrever, fosse feito um desenho logo abaixo do texto, que como eles disseram "tivesse a ver" com o que foi lido. E assim foi feito, cada um reescreveu seu poema e colocou logo abaixo o desenho que acharam apropriado.
O melhor de tudo é que sem perceber fizeram uma interpretação textual.
A partir de então todas as aulas começaram com a leitura de um dos poemas.

6º encontro- 08/05/2008

Neste encontro fizemos a leitura da mensagem interiores de Içami Tiba. Ouvimos a música Asa Branca de Luís Gonzaga, a tutora nos mostrou as duas versões da música, uma mais antiga do ano de 1947 e e uma mais recente do ano de 1982, podemos concluir a partir das duas versões que houve uma mudança na linguagem do autor da primeira para a segunda versão e também levantamos a hipótese da mudança pela ascenção artística da música e conseqüentemente do autor.
Fizemos então a "correção" da música, passando para a norma padrão.
Percebemos a troca de algumas letras que são causadas pelo fenômeno do rotacismo,que em algumas cidades é característico.
Também existe o fenômeno da lambdaísmo que é muito usado pela personagem das histórias em quadrinhos, Cebolinha.
O encontro foi bom, acho que a tutora inova sempre positivamente, ouvir essa música e discutí-la em um curso de linguagem foi perfeito, porque podemos ouvir dos outros o que pensam a respeito de um clássico desses.
Acho interessante saber a respeito desses fenômenos da linguagem como lambdaísmo e rotacismo, para que possamos perceber que não existe erro em português, tudo está de certa forma justificado.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

5º encontro- 24/04/2008

Frase do dia: " E a linguagem? Ah! A linguagem acaba sendo o centro e a razão de tudo: é nela e por ela que construímos nossa interação e nossos textos. É pela linguagem que nos tornamos humanos!"

Neste encontro algumas questões nos foram propostas:
* Concepção de língua
* Qual é o objeto de ensino de língua na escola?
* Análise das imagens apresentadas, que sentimentos, emoções elas transmitem.

A partir das questões nos foi mostrada e também podemos perceber uma forma de ajudar nas produções textuais, mostrando algumas imagens e pedindo que descrevam os sentimentos em relação ao que estão vendo.

Sei da importância deste curso para minha formação, tenho gostado muito de todas as propostas que me foram apresentadas até agora, uma vez que pra mim tudo é novidade, sempre gostei de língua portuguesa, porém sei que não sei nada ainda do que preciso, tenho gostado também da convivência com as professoras que fazem o curso comigo, acho todas bastante inteligente e quanto mais as conheço percebo o quanto ainda preciso aprender, a troca de experiência tem sido de grande
valor, parece que minha sala de aula pode ficar muito maior do que realmente é, e que estimular a imaginação aumentará o poder de aprendizado dos meus alunos. Nas crianças percebe-se uma grande qualidade, elas não tem o nosso medo de errar e por isso arriscam, mostram, falam e é isso que devemos explorar, porque assim surgem ótimas produções textuais.

4º encontro- 17/04/2008

Frase do dia: " Quase se apetece dizer que não há uma Língua Portuguesa, há línguas em português". José Saramago

Falamos sobre o que é ser um bom falante.
Houve a apresentação do filme "O alto da compadecida", onde mostra-se o João Grilo como bom falante, citando um exemplo de que nem sempre o bom falante é aquele que fala seguindo as normas gramaticais.
Tenho entrado em um conflito constante com as idéias apresentadas no curso, comecei a avaliar minhas atitudes dentro de sala de aula e percebo que tenho sido um espelho de tudo o que me foi passado durante o meu processo de alfabetização, onde as professoras não por incompetência mas talvez por desconhecimento tenham feito as correções necessárias de forma errada, lembro-me que quase não falava perto da professora por medo de errar, e em um determinado dia inventei de falar que "truxe" alguma coisa e ela me olhou com ar de reprovação e disse você "trouxe" não é Tereza? E eu cometi o mesmo erro dentro de sala, mas sei que estou apenas começando e que erros não são o fim e sim o começo de um grande processo de aprendizagem.
Porém, não sei como meu aluno perceberá que aquela forma não é a correta gramaticalmente, se eu não corrigir sua fala, uma vez que alunos como os meus de 3ª série, com nove, dez anos, escrevem exatamente como falam. Espero que ao final do curso essa minha grande dúvida seja sanada.

Memorial

Agora sei o quanto é dolorido o processo de criação, sofri durante todo o curso para tentar fazer de maneira satisfatória este trabalho, não está sendo fácil, mesmo porque deixei tudo pra última hora, então sei que será bem mais difícil.
Mas enfim... Sei que tenho que fazer!
Contar como me tornei professora é acreditar no acaso, claro que em algum dia sonhei com isso, como quase todas as minhas colegas de profissão, todas elas, ou melhor, a maioria delas brincavam de escolinha quando criança, mas pra mim isso nunca iria passar de brincadeira de infância. Na adolescência, época de rebeldia natural, pensei em ter várias profissões, mas não em ser professora, nesta época meu maior objetivo era ir contra tudo que meus pais dissessem que era bom. Minha mãe na melhor das intenções, me matriculou numa escola pública, que tinha a fama de ser uma das melhores de Brasília, porém sem me consultar, não quis minha opinião, achou que era melhor e pronto, aí já viu, rebeldia total com imposição, deu tudo errado.
Foi o primeiro ano de reprovação na escola, nem assistir às aulas eu me dava o trabalho, tudo que gostaria era de sair dali e para isso fazia qualquer negócio, no ano seguinte, já no finalzinho do ano letivo uma coordenadora pedagógica passou nas salas de aula para perguntar se alguém ali gostaria de fazer algum curso profissionalizante, pensei... Peraí essa é minha chance. Pela primeira vez em toda minha vida escolar criei coragem, levantei o braço e perguntei:
- Se eu quiser fazer um desses cursos vou ter que sair dessa escola?
A coordenadora, sem entender a intenção da pergunta respondeu-me que sim, que naquela escola não havia nenhum curso profissionalizante e eu teria que ir para uma outra instituição de ensino.
Corri até a secretaria e perguntei que cursos eu poderia fazer, o atendente me deu uma lista imensa de cursos, onde a maioria deles eu não tinha a menor noção do que se tratava, fiquei olhando aquela lista querendo entender alguma coisa, entendi um que era de contabilidade, também com esse nome, difícil não entender, a tradução para mim desse curso era MATEMÁTICA PURA, pensei Deus me livre! Voltei-me para o atendente da secretaria e pedi-lhe uma ajuda, perguntei qual daqueles cursos eu estudaria em menor quantidade aquela matéria que até então para mim era odiada, a tal matemática, ele não hesitou em me responder:
- Ué, você não quer matemática? Faz curso normal.
Falei, então marca meu nome nesse aí e me dá o papel que levo para minha mãe assinar. Ao retornar para a sala um dos poucos meninos que eu me dava bem na sala me perguntou o que eu estava fazendo que demorei tanto tempo fora da sala, respondi com jeito de quem está segura do que fez que havia saído para escolher o curso que iria mudar minha vida. Ele então perguntou que curso era esse. Eu da mesma maneira "segura" respondi que era curso normal, o grande detalhe é que nem eu sabia que raio de curso era esse. Daí ele riu e me disse, parabéns titia Tereza, eu sem entender dei um sorriso de canto de boca e concluí com aquela expressão que não podia faltar, hã? Ele me fixou os olhos e disse, você não sabe? Você vai ser professora.
Naquela hora pensei: " O que eu fui inventar?" Mas ao mesmo tempo percebi onde estava, na tal escola detestável, vi que essa agora era a minha única maneira de sair de lá. Naquela época para entrar na escola normal tínhamos que fazer um prova de seleção, peguei então o conteúdo e debrucei em cima de todos os livros que tinha o que me interessava, minha mãe assustou em me ver depois do ano todo de brincadeiras na escola e reclamações, estudando daquela maneira, quase não dormia. Até o dia em que passei na prova ela não sabia, pois até assinar no lugar dela, eu assinei. Fiz a prova e passei.
Dei a notícia para minha mãe, que pra minha surpresa ficou toda orgulhosa da minha decisão, me deu todo apoio.
Ano seguinte, primeiro dia de aula na Escola Normal, assisti às aulas até meio dia, com toda empolgação, peguei meus cadernos e livros e me arrumava para ir embora quando o único garoto que havia na escola inteira me viu saindo e me perguntou:
- Ei, pra onde você vai?
Respondi, cheia de razão:
- Pra minha casa.
Ele me olhou, riu e disse:
- Você só pode ser novata mesmo, tenho uma notícia para te dar, aqui você estuda o dia inteiro, esse horário é só intervalo, você vai voltar uma e meia e só vai sair ás dezoito horas.
Naquela hora quase caí pra trás, achei que minha vida tinha acabado, quase entrei em desespero, mas respirei fundo e lembrei que aquele havia sido o primeiro passo na minha vida que tinha dado sozinha, não podia deixar meus pais perceberem que tinha me arrependido. Continuei então o curso até o fim, lembro-me que neste curso apaixonei-me por matemática, pois lá havia uma professora chamada Maria Eunice
que gostava tanto do que fazia que repassava esse amor pra gente, mas no fundo eu pensava que quando terminasse o curso faria qualquer coisa na vida, menos dar aula.
No ano de 1999 me formei no magistério. No mesmo ano meu pai havia ficado desempregado e passávamos por sérias dificuldades financeiras em casa, fui trabalhar em loja pois lá ganhava-se mais do que se eu fosse professora, bem mais, diga-se de passagem, surgiu em 2003 o concurso para a Secretaria de Educação, estudei, fiz a prova e passei, fui bem colocada, mas só fui convocada em 2007 no último dia de validade do concurso, acredito que por motivos políticos. Achei que era só tomar posse entrar em sala e fazer qualquer coisa para ocupar o tempo, mas mesmo assim me senti extremamente insegura, achei um absurdo essa situação, porque entre ter me formado e tomar posse passaram 8 anos e durante esse tempo eu não fiz nenhum curso, nada e simplesmente me jogaram dentro de sala de aula, achava que antes de tomar posse haveria algum "treinamento" ou coisa parecida, mas não houve nada, apenas 36 alunos, um inclusive com hiperatividade e eu.
Sofri aquele ano para aprender, mas tenho consciência que fiz o melhor que podia e acho que alcancei meus objetivos. Este ano estou bem mais tranquila, passo todos os dias por grandes dificuldades, mas Deus é tão perfeito em minha vida que me colocou em um grupo experiente e unido que tem me ajudado muito,e sei que todo dia é um aprendizado, aliás tenho certeza que se estou onde estou é porque Deus quer isso pra mim, e hoje estou muito feliz em ter me tornado PROFESSORA e tenho um orgulho imenso em dizer qual é o meu trabalho, que tornou-se meu maior motivo de estar viva.